BC de Norma, no seu Blogue Pensando em Família -
Uma palavra, um conto - tendo como tema a palavra VAZIO..
Uma interação mensal.
O vazio
Mariana trabalhava na área financeira de uma grande empresa, quando pensou em se aposentar.
Já tinham decorrido quatro décadas desde que se iniciara no mundo do trabalho.
Não é que se sentisse cansada, mas na verdade eram já muitos anos e pensou que era uma boa decisão.
Muitas outras coisas teria para fazer aproveitando a vida da melhor forma possível!
Depois de um almoço de despedida, oferecido por colegas de trabalho, sentiu-se feliz pela tomada de decisão.
Nos primeiros dias sentia-se liberta, qual passarinho a voar em dias de primavera.
Só que, passado mais algum tempo de liberdade, começou a sentir-se nostálgica e um enorme vazio a preencheu. Sentia falta dos colegas, das viagens diárias que fazia até ao serviço e principalmente do trabalho que, embora esgotante, lhe agradava e a preenchia.
Um dia, durante um passeio na cidade onde morava pensou para consigo: 'será que a minha vida vai ser esta'?
Logo ali tomou a decisão de se inscrever numa universidade sénior para poder conviver e ao mesmo tempo aprender coisas novas que a ajudassem a preencher o seu vazio.
Será que conseguiu? Não, totalmente. O seu sistema nervoso ficou abalado e ainda hoje se arrepende da decisão tomada. O vazio instalou-se, embora com o tempo se tenha debelado.
Emília Simões
26.03.2024
Muito lindo teu conto e é bem realidade na hora da aposentadoria. O corpo acostuma com a lida diária e de repente, quando lhe é permitido parar, sente falta! Ainda bem há tanto pra preencher os vazios... beijos, tudo de bom,chica
ResponderEliminarBoa tarde de Paz, querida amiga Ailime!
ResponderEliminarUma história que acontece mesmo... realmente.
Ao contrário da minha aposentadoria que me resultou em ter tempo para fazer Missão pelo Brasil afora, eu, tendo realizado minha vocação plenamente, não senti falta do trabalho efetivo. O voluntariado me preencheu todo vazio.
Mas entendo, perfeitamente, a situação de Mariana, claro!
Cada um é diferente do outro e é atingido por diversos fatores. Falar bonito e dar conselhos é facílimo.
Também falando por mim, é o abandono que fere minha dignidade, não a falta da minha profissão ativada.
Deus, entretanto, cura nossas ansiedades e só Ele nos dá esperança de realização pessoal.
Seu conto é de muita valia no quesito vazio. Parabéns! É fato.
Gosto de ler histórias que me acrescentem, reais.
Um adendo: procurei a Universidade Sênior quando morava noutro Estado por ter gostado de umas aulas que fiz avulsas em Goiânia, não me matriculei porque só tinha num lugar de difícil acesso. É um sonho guardadinho para a primeira oportunidade.
Gostei muito, Amiga.
Mariana deve ser uma pessoa linda e cheia de energia, não pode mesmo ficar no ócio.
Ela, mesmo arrependida, deve ser uma pessoa muito ativa e responsável em outros lugares.
O perfil trabalhador tem um potencial gigante.
E a Ailime, como escritora, preenche muito bem seus espaços vagas na lida.
Tenha uma Santa Semana abençoada!
Beijinhos com carinho fraterno
Um conto muito real, mas que com o tempo, ao se ampliar a visão sobre a vida encontra-se outros sentidos que faz que o vazio se debele. Grata querida pela adesão. Bom dia de paz. bjsss
ResponderEliminarOlá, querida Emília...
ResponderEliminarO tempo passa e as boas lembranças ficam, também as saudades de uma fase que se foi... A Mariana do conto traz uma reflexão preciosa sobre o vazio e a vida como ela é. Precisamos de garra para resignificar os tempos idos... LINDO CONTO!
Beijinhos
Um belo conto! A aposentadoria é ótima e muito almejada, mas tem esse lado negativo, pois ao diminuir a carga de trabalho, vem o vazio e a necessidade de continuar a fazer algo. De um vínculo sou aposentada, ainda não senti vazio, porque estou na ativa pelo vínculo municipal, mas quando chegar a aposentadoria e diminuir essa quantidade de trabalho, preencherei o tempo com outras atividades para o vazio não fazer morada em meu ser.
ResponderEliminarAbraços fraternos!
Conto muito interessante, bem escrito, que muito gostei de ler. Cumprimentos poéticos
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