domingo, agosto 09, 2015

BC Era um a vez...

Norma Emiliano honrou-me com um convite para participar na festa dos seis anos do seu Blogue Pensando em Família  pelo que agradeço a sua gentileza apresentando-lhe os meus Parabéns pelo Aniversário do Blogue e a minha simples prestação.
Transcrevo a introdução sobre o assunto que propôs:
«Amigos foram convidado a participar da Blogagem Coletiva,  inspirando-se num recorte de sua história.
No ciclo da vida o que nasce um dia finda. Cada etapa encerra em si seus momentos que não podem ser transpostos para os demais, mas que permanecem retidos na memória. Altos e baixos, retas e curvas constroem as trajetórias emolduradas pelo sol e pela lua que se sucedem até que a cortina da vida se encerre.
Vamos costurar histórias e enaltecer a criação».

A menina e o rio
Era uma vez uma criança igual a tantas outras embora irrequieta no seu modo de estar e no pensamento que desde tenra idade a perseguia!
Da sua casa situada numa aldeia no alto de uma colina avistava o rio e logo pela manhã quando o olhava parecia que nele via reflectida a sua imagem ainda mal desperta!
Como era fascinante admirar o nascer do sol que irradiava uma luz tão clara e quente que lhe acariciava o rosto logo pela manhã! E o rio lá em baixo sempre a sorrir-lhe, sempre a acenar-lhe. No inverno e durante as cheias o rio transformava-se num imenso lago prateado que não se cansava de admirar.
Nos campos repletos de flores espantava-se com as suas variadas cores e formas interpelando-se sobre quem as teria plantado ali!
À noite deslumbrava-se com o céu estrelado e a lua, enorme, lá bem no alto com os seus recortes e sombras que segundo o avô representavam a figura de um homem que carregava um feixe de lenha às costas. Inocentemente acreditava! Nas noites de trovoada, assustadoras, gostava de apreciar o espectáculo dos relâmpagos a faiscar na escuridão! Parecia um enorme fogo-de-artifício!
As brincadeiras e jogos ao ar livre e as correrias rua acima e rua abaixo completavam o seu mundo. Os serões à lareira em casa dos avós proporcionavam-lhe momentos que jamais  esqueceria!
As suas raízes estavam ali bem firmadas. Mas, tudo tem um mas… A vida dá muitas voltas e ainda tão longe de imaginar que havia outros mundos, outras formas de viver e sentir!
Num dia de verão o pai, de chofre, informou que iriam viver para a cidade. Chorou copiosamente nos seus treze anos acabados de completar com a notícia que, como um vendaval, a abalou de forma indescritível!
Não seria fácil a sua adaptação a um mundo que lhe era totalmente estranho. Deixaria para trás os avós, as amigas de infância, as flores, o sol, a lua e o rio, o seu rio que acolheu no seu leito todas as lágrimas que derramou!
Ainda hoje o rio é o seu confidente que guarda nas suas margens todas as memórias da sua infância.
E como muitos dos amigos que me lêem sabem que o meu rio é o Tejo e a menina irrequieta sou eu!


Ailime
09.08.2015


10 comentários:

  1. Olá, querida amiga Ailime
    Gosto muito do seu jeito de escrever e também fiz meu histórico (da fase atual) com carinho...
    Muito linda e diferente a sua história de vida...
    Bjm fraterno

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  2. Bela história de vida, Ailime!
    Admiro você com carinho e muita amizade... Um rio, lindo motivo para se inspirar, crescer e viver mais e mais...
    Participou com profundidade e beleza!...
    Beijinhos e abraços às duas (Os Meus Parabéns p Norma!)...

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  3. Adorei saber mais esse pedacinho da tua vida.Ailime! Linda e bem contada história! Adorei! bjs, chica

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  4. Ailime querida,
    Contastes lindamente a sua história.
    Amei ler!
    Te desejo uma ótima semana.
    Beijinhos e o meu carinho
    Verena e Bichinhos.

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  5. Grata querida por sua linda participação. Gostei de conhecer um pouco da sua história. bjs.

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  6. puxa, aqui emocionada... lembrei o meu rio da infancia.... vc jogava pedrinhas no rio? linda tua participação, bjs

    http://mentesinfantisfuturodapaz.blogspot.com.br/

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  7. puxa, aqui emocionada... lembrei o meu rio da infancia.... vc jogava pedrinhas no rio? linda tua participação, bjs

    http://mentesinfantisfuturodapaz.blogspot.com.br/

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  8. Olá Ailime é incrível esta força que os rios tem sobre nós que vivemos num interior junto deles.
    Sua historia é uma mistura de minha infância com meu rio, minha serra, minha rua, onde criança tinha toda liberdade de explorar e assim esta saudade constante que cantamos em nossas escritas.
    Uma bela historia amiga na sua bonita participação nesta BC da Norma.
    Abraços com carinho.
    Bjs de paz e bom descanso.

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  9. Ailime, memórias são reencontros com o passado. Não as tenho muitas, você sabe. Mas aqui ou ali, pinço um pedacinho das minhas e assim me contento.
    Mudanças são muito marcantes na vida de uma menina. Lindas imagens você mostrou, com suas palavras.
    Beijo.

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  10. Oi, Ailime!

    Também participo da BC Era uma vez... do Blog Pensando em família. Li sua história e achei terna, suave, pois, criança e natureza nos movem a sentir os mais doces sentimentos. Que bonito esse seu amor pelo rio Tejo, que é mesmo lindo, já tive o prazer de vê-lo de perto,pelo menos um trechinho.

    Um grande abraço
    Socorro Melo

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Caminho por aí, quer chova, quer faça sol! Até quando não sei!
Só sei que quero caminhar e contra ventos e marés nada me impedirá de construir os meus castelos!Ailime