É a primeira vez que trago aqui uma das vozes que mais admiro:
ISABEL SILVESTRE
Uma voz pura, lindíssima, que canta a Portugalidade como só ela sabe.
Hoje de Carlos Tê: letra
e
Rui Veloso - música
"A gente não lê"
Espero que apreciem.
Poema
Ai senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
Rezar o terço ao fim da tarde
Só para espantar a solidão
Rogar a deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mão
Que adianta saber as marés
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os ofícios
Entender o suão e os animais
Falar o dialeto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais
E do resto entender mal
Soletrar assinar em cruz
Nao ver os vultos furtivos
Que nos tramam por tras da luz
Ai senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezíria
De boca em boca passar o saber
Com os provérbios que ficam na gíria
De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira
Agita-se a solidão ca no fundo
Fica-se sentado à soleira
A ouvir os ruídos do mundo
E a entende-los à nossa maneira
Carregar a superstição
De ser pequeno ser ninguém
E não quebrar a tradição
Que dos nossos avós já vem
Desejo-vos um resto de bom domingo
e uma ótima semana.
e uma ótima semana.
Abraços,
Ailime
Boa noite de paz de Domingo, querid amiga Ailime!
ResponderEliminarGostamos ambas de música, que lindo!
E que letra, hein, amiga? Uma riqueza, adorei e não conhecia.
Como você me apresenta tantas e tantas músicas portuguesas lindíssimas.
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Que legal,Ailime! Não a conhecia! Valeu a partilha! beijos, ótima semana! chica
ResponderEliminarBom dia amiga.
ResponderEliminarTambém adoro ouvir a Isabel Silvestre .Tem uma voz lindíssima e esta musica foi muito bem escolhida.
Beijinhos e boa semana.
Natália.
Há tanto tempo que não ouvia a Isabel Silvestre. Que bom ouvi-la aqui, minha querida Amiga.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Adoro. Estou a ouvir repetidamente.
ResponderEliminar"Que adianta saber as marés
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os ofícios
Entender o suão e os animais
Falar o dialeto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais"
Há 4 ou 3 décadas atrás a nossa gente “velhota” era vista como uma mais valia, a quem os mais novos pediam opinião, conselhos do tipo: quando podiam semear este ou aquele cereal, se aquele terreno que era seco daria bom centeio, se naquele outro era melhor semear milho ou batatas, se naquela velga era melhor pôr uma carreira de couves e outros tantos conselhos não só sobre as sementeiras e plantações, mas também indicações sobre o vento e as luas, os animais domésticos e de trabalho. Esta sabedoria está a perder-se completamente.
Beijinhos, boa semana.
Aplausos! De cá, ouvindo a bela canção portuguesa!...
ResponderEliminarUma boa reflexão musicada...
Beijinhos
Que fantástica partilha, Ailime! Desconhecia por completo, este tema, nesta versão... que adorei descobrir e apreciar por aqui... com as inspiradoras palavras, do Carlos Tê!
ResponderEliminarBeijinhos
Ana